terça-feira, 17 de janeiro de 2006

Diário (de Pasolini)

Adulto? Nunca - nunca, como a existência
que não amadurece - fica sempre acerba,
de dia esplêndido para dia esplêndido -
não posso senão ser fiel
à estupenda monotonia do mistério.
É por isso que, à felicidade,
nunca me abandonei - é por isso
que na ânsia das minhas culpas
nunca tocou verdadeiro remorso.
Igual, sempre igual ao inexprimível,
à origem daquilo que sou.

(Tradução: AIS. Da pág. 9.)