segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Pela "empatia", pela "literariedade"

O Myrifield Institute for Cognition and the Arts organizou há poucas semanas um simpósio sobre "Literary Reading and Emotion," que é como quem diz sobre "Leitura Literária e Emoção," ou "Leitura e Emoção Literárias." Dele resultou um manifesto, do qual se destaca: 1) uma "insatisfação crescente" pelo modo como durante décadas se tem insistido na abordagem interpretativa da literatura em particular e das artes em geral; 2) uma vontade, manifesta, de passar desse paradigma interpretativo para outros "assuntos fundamentais" que incluem o estudo de "aspectos emocionais." O Reboliço não entende a "interpretação" como um "aspecto," mas antes como processo de estudos de muitos aspectos. Suspeita que não se consegue estudar seja que aspectos forem sem se interpretar - estudar é interpretar e o Reboliço não consegue entender o que se está a recusar quando se procura contornar o processo interpretativo. Isso, o não conseguir entender - essa falta de compreensão -, será notícia de um embrenhamento tão cego dentro de um paradigma? O que vêem os outros (concretamente, os académicos do Instituto Myrifield) que o Reboliço não vê, um confesso interpretativo intérprete? E o que impede alguém assim de "estudar aspectos emocionais" das artes e da literatura em particular?

(Na página onde se lê o manifesto também se lê outra (?) declaração de intenções, que inclui "compreender a psicologia da ficção." Não se entende o que seja, se se inclui no âmbito dos Estudos Literários. O Reboliço imagina o que possa ser numa área como a da Psicologia. Está a pensar em voz alta e a temer o que possa ser, por exemplo, um estudo da psicologia de
O Físico Prodigioso.)