segunda-feira, 27 de julho de 2009

Oh...

Encontra o pé aquela luz intensa
em que, ao pisar-se, o espaço se subleva
e calça devagar a diferença
desde a profunda cicatriz da treva.

Encontra. E, quando fosforece o impacto,
ajusta-se nos músculos a alterna
experiência que comove o acto
de iluminar-se sucessiva a perna.

Mas sucessiva de função estreada
em cada ponto de penumbra que usa
esclarecer a rapidez da estrada

na alheação a que essa perna induza.
E, de repente, a branca rapidez
nasce da luz solícita dos pés.

(Poema sem título: Fernando Echevarría, Uso de Penumbra, 1995.)