.............Ah! menina tonta,
.............toda suja de tinta
.............mal o sol desponta!
.............(Sentou-se na ponte,
.............muito desatenta…
.............E agora se espanta:
.............Quem é que a ponte pinta
.............com tanta tinta?…)
.............A ponte aponta
.............e se desaponta.
.............A tontinha tenta
.............limpar a tinta,
.............ponto por ponto
.............e pinta por pinta…
.............Ah! menina tonta!
.............Não viu a tinta da ponte!
(O Reboliço lembra-se de saber de cor, de ler num livro da Escola Primária, este poema da Cecília Meireles, mas sem os dois versos que abrem a terceira estrofe. Ou é traição da sua memória, ou pensa que talvez aquela sintaxe contrariasse demasiado a norma do português europeu para aparecer num manual escolar. Seja como for, na mesma leva, recorda-se de versos sobre uma bailarina e apercebe-se que são também da Cecília, da colectânea que editou em 1964, Ou Isto ou Aquilo - que, a propósito, era também o título de um dos poemas cantado por Eugénia Melo e Castro, parece-lhe, num programa infantil que passava na televisão portuguesa. Nada sobre esta interpretação nem este programa na net, mas entre as orelhas atentas do Reboliço ainda soam os acordes balançados da cantiga.)