segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Oh...

Um dos filmes que mais me maravilharam nos últimos anos foi Les Amours d'Astrée et de Céladon. Lembro-me de estar constantemente a fazer o esforço de me convencer que as imagens que via vinham da vontade de um homem que já passara os oitenta anos de vida e tinha uma obra toda, inteira, para trás. É que parecia um filme de início de carreira, em tudo o que tinha de novidade de proposta, da frescura de uma descoberta, da surpresa, do encantamento que me habituo, estupidamente, a esperar de quem tem muito tempo à sua frente e começa agora a ver o mundo. Na minha cabeça, Rohmer é também o mais hábil observador de Shakespeare no cinema. E o realizador de La Boulanger de Monceau.