segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

- Reboliço, mas o que é que se passa?
- Luca, a verdade não sei.
- É que andas a ladrar de uma maneira tão esquisita...
- É só assim que me sai,
Dias levo a versejar,
Versos às vezes sem rima,
Versos também a rimar.
- Não será uma doença? Cá para mim, é uma infecção qualquer. Já pensaste em telefonar para o gabinete do Dr House? Diz que trata casos assim estranhos. É capaz de descobrir que é do chá que bebes, ou da vizinha que morou há dois anos naquele monte.
- Pois coisas vi de encantar,
Luca, e dizer não consigo:
Se é doença de matar,
se é só um vírus amigo.
- Credo, Reboliço, parece coisa do Diabo, cruzes! Vai-te embora, que ainda por cima é má poesia! Shusssh! Fecha a matraca.
- O matraquear já calo,
Para longe vou versejar.
- Vai-te embora, sim. Eu cá vou com o Petaner correr atrás das motas. Esse, ao menos, nem ladrar sabe, faz só assim um arfar fundo – deve ser da sua condição cardíaca.