il me país al è colòur smarít.
Jo i soj lontàn, recuardi li so ranis,
la luna, il trist tintinulà dai gris.
A bat Rosari, pai pras al si scunís:
jo i soj muàrt al ciant da li ciampanis.
Forèst, al me dols svualà par il plan,
no ciapà pòura: jo i soj un spirt di amòur
che al so país al torna di lontàn.
Quando a noite se perde pelas fontes
a minha terra ganha mistura de cores.
Estou longe de lá, lembro-lhe as rãs,
a lua, o triste cri-cri dos grilos.
Toca para o Rosário, ecoa campos fora:
estou morto para o som dos sinos.
Forasteiro, o meu doce esvoaçar pelos campos
não temas: sou um espírito de amor
que à sua terra regressa de longe.
(Pier Paolo Pasolini, Roman Poems, City Lights Books, San Francisco, 1986, edição bilingue, tradução inglesa de Lawrence Ferlinghetti e Francesca Valente, p. 142. Versão portuguesa: AIS.)