Os portugueses, os de cabelo castanho,
divididos
por comunidades de marinheiros e comerciantes
e populações agrícolas do interior.
Audazes os primeiros
tradicionais conservadores os segundos
são como o trigo e os animais
mal sabem o que é o mar ou o comércio.
Tal como as planícies férteis
alternam com a terra montanhosa
bravia.
Fazem debulhas como no Antigo Testamento
cavalos velhos ou mulas andam à roda
de uma eira circular
esperam a ajuda final do vento
e as chuvas.
Os portugueses, os de cabelo castanho.
(João Miguel Fernandes Jorge, À Beira do Mar de Junho, na regra do jogo, Lisboa, 1982, p. 92.)