Não sei se foi antes ou depois
daquela lambida, seus anticorpos
e o meu corpo no que ia
submergindo, derrubando as traves.
Qual o meu interesse
qual o quê eu não sabia
essa casa está doente
e o tamanho da minha mordida
até que todo o mar congele
não será maior do que qualquer estrada.
Aqui dentro não há mais vaga.
Aqui dentro não há mais nenhuma vaga.
Perdi mais objetos que encontrei
e agora a maior parte deles
existe sem o nome que lhes dei.
Volto à sua língua, sua lambida:
corta, abre, costura e fecha.
(Laura Liuzzi, Piauí, 47, Agosto de 2010, p. 42.
Versão recente do poema de Elizabeth Bishop.)