quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Cesare deve morire

Uma das coisas de que mais gosto em Cesare deve morire é a cor amarela das paredes da prisão de Rebibbia. Tinge toda a narrativa da vida parda dos presidiários, sublinha a distância que vai do cárcere à vida livre que o teatro, nos tons grená dos fatos dos romanos, faz, tristemente, reconhecer ("Desde que conheci a arte, esta cela tornou-se uma prisão"). Disso e de como os irmãos Taviani se dedicaram a fazer uma das obras mais bonitas do cinema de sempre; de como decidiram fazer uma das mais inteligentes versões de Júlio César, de Shakespeare, jamais feitas; de como elaboraram, finamente elaborado, um ensaio sobre o que é interpretar um texto; de como, para boa fortuna de mim, deram a ver a maravilha.