domingo, 10 de fevereiro de 2013

(Hip-foto: Reboliço, de focinho arregalado.)
Chegou um ramo de alecrim. Vem florido, de pequeninas flores que são como as folhas verdes, no serem pontiagudas, mas em cor de um violeta desmaiado. Rebentam de rebentações das folhas, verde mais claro, mais claro, mais claro, até aviolecer, ganharem aquelas pétalas e ficarem na forma de um boquilobo, ou de uma mini-orquídea. Ainda há-de ser dessa família, o alecrim. O Reboliço fareja a alcofa onde a mãe mandou o avio: o cheiro do alecrim abafa - mas atrás dele estão as tangerinas, o cheiro plano do espinafre, o perfume do alho francês e uma bela, pequenina e muito viçosa alface. Cheira-lhe ao moinho a casa toda. O Reboliço ajeita as verduras, protege cada peça na fruteira de olaria, apaga a luz da cozinha e recolhe-se. Faz frio, mas os cheiros inventam-lhe um bocadinho do lume.