sexta-feira, 30 de agosto de 2013

"O Poeta Coroado"

Segui para Sul, pelos miúdos reinos
(De Belfast a Dublin, no Foguete)
Resplandecente nos meus novos louros de imperador.
Fabricam os deuses a sua importância! Metrónomos
E métricas, tatuagens nos tambores sacrais
Da memória, etimologias
Soberbos como nações que se erguem dos joelhos:
Gritam-nos o nome e entra a influência.
Enquanto algures, nos campos monótonos,
O pastor e a sua mulher, que criaram o rapaz
Ignaro durante toda a maravilha de crescer,
Aturdido agora com esse novo nome,
Se julgam esquecidos e ganham solidão.

(Seamus Heaney, “The Poet Crowned,” 15/05/1975, The New York Review of Books.
Tradução: AIS, com grande ajuda. Obrigada, A.)