Le loro passioni, era evidente, non risalivano nella storia, non uscivano dal paese stretto dalle argille malariche, crescevano nel piccolo recinto fra quattro case, avevano l’urgenza e la miseria del bisogno quotidiano del cibo e del denaro, si rivestivano, senza nascondersi, del formalismo dei galantuomini, gonfiavano nello spazio costretto delle anime piccole e del paesaggio desolato, fino a premere violente, come il vapore del brodo lungo della vedova sotto il coperchio della pentola di terra, che sentivo brontolare e soffiare su un povero fuoco di stecchi, là nel camino. Guardavo il fuoco, pensando alla serie infinita dei giorni che mi si stendevano innanzi, e nei quali, anche per me, l’orizzonte del mondo degli uomini sarebbe stato il cerchio di queste oscure passioni; e la vedova intanto disponeva sul tavolo il pane e la brocca dell’acqua. Era il pane nero di qui, fatto di grano duro, in grandi forme di tre o di cinque chili, che durano una settimana, cibo quasi unico del povero e del ricco; rotonde come un sole, o come una messicana pietra del tempo. Cominciai ad affettarlo, con il gesto che avevo ormai appreso, stringendolo e appoggiandolo al petto, e traendo verso di me, attento a non tagliarmi il mento, il coltello affilato.
As paixões daquela gente, era evidente, não passavam para a história, não saíam da terra estreita de argilas de ar ruim, cresciam no recinto encolhido entre quatro casas, tinham a urgência e a miséria da diária precisão de comida e de dinheiro, revestiam-se, sem o esconderem, do formalismo da pequena nobreza, inchavam no espaço restrito das almas pequenas e da paisagem desolada, até um pressionar violento, como o vapor do caldo que a viúva fervia sob a tampa da panela de barro, que eu ouvia rugir e assobiar, em cima de um pobre lume de tanganhos, lá no caminho. Olhava para o fogo, pensando na série interminável de dias que se estendia à minha frente e em que, também para mim, o horizonte do mundo dos homens seria o círculo daquelas paixões obscuras; enquanto isso, a viúva punha na mesa o pão e o jarro de água. Era o pão preto daqui, feito de trigo duro, em formas grandes, de três ou de cinco quilos, que duram uma semana, praticamente o único alimento de pobres e de ricos; redondo como um sol ou como uma pedra do tempo mexicana. Comecei a cortá-lo, com o gesto que aprendera, apertando-o e segurando-o com o peito, e aproximando de mim, com cuidado para não cortar o queixo, a faca afiada.
(Carlo Levi, Cristo si è fermato a Eboli, Letteratura Italiana Einaudi, 1945, p. 26.
Tradução: AIS.)