"Eu julgava que o mal era uma coisa que havia em mim, uma raiva que me enchia, uma miséria que cobre toda a gente. Mas agora sei que não é. Não está dentro de mim, nem me enche, nem cobre todos. Não existe. Estás a ouvir? Não existe. E, se ele não existe, como posso eu adorar seja quem for que me salve? Não há de que salvar, não há quem salvar, não há quem salve. Não existe.
- Então o que é que existe?
- Tudo o que não tem importância. Só o que não tem importância existe."
(Jorge de Sena, Sinais de Fogo, ed. Asa, p. 223.)