....Quando fui aos Açores, em Setembro de 2003 (já disse...), decidi não levar máquina fotográfica. Resisti à tentação do turista contemporâneo, a todos os ímpetos da visualidade, e quis concentrar-me na memória visual dos lugares. A ideia era treinar precisamente a memória, que em mim funciona de maneira errática, totalmente indisciplinada e quase sempre com manhas terríveis. Ora, quem conhece os Açores sabe que estar lá e não ter como registar aquelas imagens, aquela paisagem, é quase doloroso. Pois o que fiz para atenuar a dor de não poder registar as imagens em fotografia foi registá-las em palavras. Escrevi um diário de viagem - é mesmo assim que se chama porque essa expressão diz muito bem o que fiz: diariamente anotava o que ia vendo e como ia vendo enquanto viajava. Nunca cheguei a escrever em andamento, mas era frequente parar o carro no meio da estrada porque era ali, mesmo ali, que tinha de escrever o que os olhos viam e o pensamento ia transformando. (Era um diário, mesmo se o nome hoje nos parece envergonhar e dizemos "log", como deixámos de dizer termas para falar de "spas"...)
....Voltei a fazer a gracinha o ano passado, quando estive na Finlândia. Mas aí, ia avisada: os Açores eram novos, mas daquele canto nórdico já conhecia os recantos. Funcionou à mesma, e até se publicaram as notas ("Notas finlandesas", revista Em Cena nº 9). Quando regressei a este registo foi dentro do moinho, e dessa história já se conhece o final.
....Ora abalemos, então, de volta há ano e meio e às ilhas.
....Voltei a fazer a gracinha o ano passado, quando estive na Finlândia. Mas aí, ia avisada: os Açores eram novos, mas daquele canto nórdico já conhecia os recantos. Funcionou à mesma, e até se publicaram as notas ("Notas finlandesas", revista Em Cena nº 9). Quando regressei a este registo foi dentro do moinho, e dessa história já se conhece o final.
....Ora abalemos, então, de volta há ano e meio e às ilhas.