sexta-feira, 27 de maio de 2005

Otelo

onizubmaG
(Esmalte sintético, Óleo, L-marker, punaises sobre tela; 110x90cm; 2004)
Há pessoas assim, a quem me rendo quase incondicionalmente. São carinhosas, sensíveis, e fazem-me lembrar, de cada vez que as encontro ou penso nelas, a expressão de Emerson para falar da capacidade poética: homens de atenção mais afinada, seres que viajam nas regiões "onde o ar é música" e conseguem trazer de lá para este mundo, mais infernal, os trechos harmoniosos que encontram. Frágeis, as melodias, sobrevivem intactas nas mãos dos poetas. Ou o contrário: levam-me a mim, também inteira, a visitar aquelas regiões. Seja como for, é por eles que as vejo e reconheço a justeza das imagens.