(Ou: A segunda ilusao, mas com final feliz.)
No final do lanche que a Escola oferece semanalmente, Dominick LaCapra, cioso da sua regiao e das tarefas do bom anfitriao, levou o grupo a ver a mais alta queda de agua dos EUA - uns 35 pes mais alta do que as de Niagara, mas de corrente bem menos impressionante, um fio grosso de agua a derramar-se do fundo de um V gigantesco e verde num lugar chamado Taughannock. Entre a conversa com Sepp Gumbrecht, as tropelias do filho pequenino de um colega do Sri-Lanka (qual e a palavra para "habitante do Sri-Lanka"?), as perguntas sobre o sentido das palavras portuguesas que tinham ficado pelas linguas de paragens sul-asiaticas, a noite foi caindo. No caminho de regresso, fatigada da caminhada, olhei para o trilho encoberto pelas arvores altas, que escureciam a paisagem com maior rapidez que a viagem do sol, e pareceu-me ver, por momentos muito fugidios, uma serie de pequenas luzinhas. ("Ok, esta na hora de diminuir as leituras, ja dei cabo dos olhos!") Continuava a conversa, ficava mais negra a estrada, e as luzes persistiam, cada vez mais reais - mas ninguem no grupo falava delas, parecia que era eu a unica a ve-las, e o meu susto aumentava. Acabei por perder o medo e a vergonha: "Estao a ver umas luzinhas?" "Os pirilampos? Sim, por aqui sao muito poucos. No Sri-Lanka chegam para iluminar as clareiras." O relvado junto ao pavilhao onde tinha sido servido o lanche era um tapete de luzes. Moscas-de-fogo, e como lhes chamam.