quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Esclarecimento

Quando digo "moinho" digo mais do que o moinho. Digo a casa onde se mora, onde se está e se dorme, digo o jardim em frente à casa, digo a horta (o "crunchoso", como lhe chamava o avô), digo o poço, a casa do motor, a casa da amassaria, o alpendre do forno, o lugar das três pedras na esquina da casa de morar, de onde, em dias de um certo céu, se avista a serra de Monchique; digo a garagem, o cantinho do limoeiro e de uma das oliveiras, o pombal deslocado, o monte grande de pedras à beira do ferro-velho, a rua entre a casa e o alpendre do forno. Digo a esquina nas traseiras do forno, onde há três pedras de sentar e olhar o pôr-do-sol.
(É na casa que existe linha telefónica e foi de lá que escrevi o post anterior.)