É hoje o dia dos finados. O Reboliço antecipou-lhes as visitas, como todos os anos. Os da mãe foi ver ao cemitério da aldeia, na segunda. O cemitério fica perto de uma reserva de caça a que se chama "mata", por ser o pouco arvoredo que há por ali. Há uns anos, era de acesso livre. Agora está vedada. Lá dentro há veados novos, vêem-se algumas vezes, de manhãzinha cedo. Não me lembro de ver ali tristeza.
Os mortos do pai viu-os ontem, no cemitério da cidade. Cheio de gente, polícias e tudo, aos pares, a observar que os estacionamentos se faziam sem novidade. O muro poente dá para uma bomba de gasolina e uma das vias principais de saída da cidade. O avô do Reboliço não se torce nem se amola. Sempre disse, em vida, que ficaria virado para o moinho quando morresse. Lá está, desde há quase seis anos. Por isso, quer lá saber.