domingo, 13 de novembro de 2005

Passagem por Espinho

(Os comentários aos filmes hão-de aparecer - repare-se no futuro! - noutro lugar.)

O restaurante onde janto é uma marisqueira. Tem nome, aquário com lagostas vivas, empregados, fregueses e ritmo de marisqueira. Ou seja: os pratos levam a mesma eternidade a aparecer na mesa que num restaurante não-marisqueira, mas todos os empregados se mexem como num snack-bar ali ao Campo Pequeno em hora da bica dos mangas-de-alpaca, como se o amanhã já não viesse e tivessem de fazer naquele segundo tudo o que não haviam feito até à hora de hoje. Um deles, o mais lesto, que dança à minha frente e me entontece o sentido, treina a encher copos de imperial: deixa a correr no copo a torneirinha, enquanto avia mais três ou quatro pedidos, que termina mesmo a tempo de, com um toque coreografado e ligeiro do punho sobre o manípulo, cerrar o fio de cerveja, erguer o copo até à entrada do tubo metálico e travar o derrame da espuma. Nem no circo!