segunda-feira, 10 de abril de 2006

Domingo de Ramos

O Reboliço foi à varanda - alguém o alertara para as chamas na varanda vizinha. Empoleirou-se sobre a balaustrada, espreitou e, antes que perguntasse, a D. Mimi disse: "São os ramos de palma do ano passado. No Domingo de Ramos trago ramos novos e tenho de queimar os antigos. Em cima pus alecrim, que arde melhor. A palma é muito má de arder. Desculpe-me a fumarada. Tenho de os queimar, não os posso deitar fora - é que estão benzidos." O Reboliço aspira o ar de nuvens de ervas queimadas e lembra-se do alecrim do moinho. Queimado nas noites dos santos, fervido para a água da avó.