Chamem-lhe o que quiserem, mas o Reboliço gosta de caracóis. Dos pequeninos, dos grandes, das caracoletas, dos assim-assim. Bem cozidos, de alho e orégãos, é a morte deles! Criados nas canas do c'runchoso do moinho, escondidos entre as folhas de couve, colados a estragarem a tinta encarnada das portas e das janelas, recolhidos pelos dedos impiedosos da mãe. Gosta deles quando, como lhe conta a mãe, na humidade da noite fazem uma carreirinha brilhante da sua baba nas pedras da calçada que o pai dispôs em frente ao jardim. Bichos que hão-de ser retirados das casquinhas, com o cuidado de um palito ou dos picos de uma pita, enroladinhos para não se quebrar deles parte nenhuma, metidos sobre a língua, mastigados e engolidos. É limpinho.