segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Um passo atrás para seguir em frente

Paul Schrader levou-me (de volta) a Pauline Kael. "Trash, Art, and the Movies" data de 1969, saiu primeiro na Harper's Bazar, e talvez a isso deva a ligeireza de estilo que lhe permite ousadias impensáveis nos teóricos ditos "sérios". Não é todos os dias que lemos frases corajosas (porque ditas assim, de corpo aberto) e, afinal, tão claras, como "Dividi-la [à obra de arte] é muito menos importante do que tentar vê-la no conjunto. O crítico não deveria precisar de desmanchar uma obra para demonstrar que sabe como foi construída. O importante é mostrar o que nela é novo e belo, não como foi feita - o que lhe é mais ou menos implícito." Ou esta, deliciosa: "É escandalosamente egocêntrico chamar arte a tudo aquilo de que gostamos - como se não nos pudesse divertir por não ser arte". Agora, Schrader e os porquês da crítica de cinema hoje.