- Vais p'ra onde?... - pergunta a Tiaga ao Reboliço, vagamente incomodada.
- P'ró moinho, estou farto de te dizer. - responde-lhe ele, entediado com a insistência da bicha.
- Já estou mesmo a ver que me deixas sozinha outra vez. És terrível.
- Se fosses mais sociável, irias comigo. Disse-te que viesses.
- Sim, sim. Não queriam lá ver: eu, uma gata de cidade, fina como só eu, a roçar o meu pêlo sedoso por aquelas teias de aranhas, ervas daninhas, formiguedo... Ui!, só de pensar!...
- Não te queixes, portanto. Seja como for, serás muito bem tratada. E depois disso terás umas boas férias.
- Mal vejo a hora... Olha, adeus. Até ao teu regresso.
- Dorme, Tiaga, dorme... Ai, que gata!