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Havia noites em que esperava mais, outras em que mal chegava via adiante as lebres em corrida atrás umas das outras. Abriam-se-lhe muito os olhos e, assim esbugalhado, tinha de prender muito bem as patas para não desatar atrás das orelhas pontiagudas. Ficava um bocado longo a olhá-las. Quando não se aguentava, o erguer-se fazia soar a esquilinha e, na porção pequenina de um segundo, os tufos brancos das caudas entre as pontas das orelhas zuniam-lhe para fora da vista. Seguia-as uns metros a ladrar, na corrida quase de perder o fôlego dentro da terra lavrada e depois, também num repente, virava para casa. Na volta, nem os latidos dos outros cães lhe chegavam aos ouvidos. Ia do mais satisfeito.
(História dedicada. Com música a condizer.
Foto: Pai)