O Reboliço acordou antes do resto do pessoal da casa. Foi ao quintal, cheirou o limoeiro e as gotas de chuva escorregaram das folhas para lhe molhar o focinho. Varreu as folhas caídas, limpou algum musgo sobre as pedras do quintal e saiu para a rua. Era perto das onze da manhã: a aldeia estava como ainda adormecida, brilhante da água que caíra durante o dia e a noite e luzidia do sol que agora brilhava. Seguiu pelas ruas, sossegado, passou por algumas portas abertas onde havia mulheres a varrer os corredores das casas, e viu aberta também a porta da igreja. Entrou, ia a missa a meio, foi sentar-se num dos bancos da frente. No altar, o padre levou à boca a hóstia consagrada; pousou a taça das hóstias na mesa do altar e, no momento em que o sacristão tocaria a campainha a assinalar a comunhão, o Reboliço sacudiu-se e o que se ouviu na igreja foi a pequena esquila tremida.