A propósito de uma conversa sobre superstições, levei um raspanete do J.J. Dias Marques, que me ensinou de vez a diferença entre contos (como em fairytales) e lendas (como em urban legends). Foi tão bem feito que o reproduzo aqui:
E qual é a diferença entre contos e lendas, perguntarás tu? A mais geralmente aceite pelos "especialistas a sério" [...] é que os contos (de que os contos maravilhosos são um subgénero, aquele em que, simplificando, há a participação do maravilhoso, ou seja, do sobrenatural que não surpreende o ouvinte, que por ele é aceite pois, naquele tipo de contos, "é mesmo assim" - por exemplo, objectos mágicos ajudam os seres humanos a vencer os inimigos) são as narrativas vistas pelo contador e pelo ouvinte como ficção, algo que já se sabe que não é verdade e se conta só porque é bonito, ou faz sonhar, ou faz rir. A lenda, pelo contrário, conta algo que ou é apresentado e recebido como verdade ou como possível verdade. Ninguém, nem as crianças, acredita que o Capuchinho Vermelho conta uma história real, mas será verdade que há crocodilos nos esgotos de Nova Iorque?
Lição aprendida!