quinta-feira, 15 de abril de 2010

Estala o céu no segundo preciso em que a luz de um relâmpago o fende, o Reboliço marcha para longe da janela, ainda de sobressalto no coração, mas deixa-se ficar de focinho virado para lá. Olhos muito abertos, vê que a ria desapareceu, que as árvores do outro lado da rua mal se vêem sob a cortina da chuva, ouve gritos das pessoas na rua e pensa nos três vasos de cactos felizes a esta hora, nos ladrilhos encharcados da varanda.
(Nem um minuto depois, atrás da ria há uma grossa linha branca da espuma das ondas.)