sexta-feira, 7 de maio de 2010

Casca de árvore

O Reboliço lembra-se de andar sempre no carro do pai, no R12 matrícula HZ-93-09, pelo porta-luvas sem porta, entre os dois bancos da frente (onde não havia descanso para o braço), por ali, um cucharro - como se fosse mesmo uma colher grande de sopa mas de cabo curto e concha funda - de cortiça bem talhada. Onde houvesse uma fonte, a mínima queda de água, um poço, nora que fosse, não era a mão que levava a água à boca, mas a cortiça. Vinha fresquinha, fresca, sabia a água só: mas os lábios tocavam a grossura do bordo liso muito leve.
(Lembra-se da cortiça a propósito da cortiça e dá os parabéns à Sandra.)