quinta-feira, 6 de maio de 2010

Moinhos na poesia (27)


Eu abandono Roma
Os camponeses abandonam a terra
As andorinhas abandonam a minha aldeia
Os fiéis abandonam as igrejas
Os moleiros abandonam os moinhos
Os montanheses abandonam os montes
A graça de Deus abandona os homens
Alguém abandona tudo

(Tonino Guerra, abertura de O Livro das Igrejas Abandonadas,
tradução de José Colaço Barreiros, Assírio e Alvim, Lisboa, 1997.)