- Como qualquer homem quer -,
E como ele pôde e quis,
Viveu sempre na brincadeira:
Para além da sua mulher,
Com outras e em Paris.
Gastou dinheiro aos vagões,
Em jóias e lagostins,
Em champanhe e camarins,
Deixando contudo uns milhões.
Lá viu o nosso Duarte,
Que ali naquele lado,
Lá p'rás bandas do Brasil,
Havia dinheiro ao quadrado,
Uma soma do baril.
Nestas coisas dos dinheiros,
Que tanto apetite dão,
Por entre perdas e danos,
Já vai p'ra mais de dez anos,
Que os pretendem os herdeiros;
Não sendo Duarte excepção,
Não foi ele dos primeiros.
Pergunta o bom português,
Que na arte do desbaste,
É arte em que pouco prima:
"Onde está Duarte Lima?"
Respondem-lhe em toda a parte,
Que "entalado" está Duarte,
E bem gasta está a Lima...
(Versos achados na boca do povo e entregues ao Reboliço pelo cão do vizinho António.)