sábado, 14 de julho de 2012

Rebuliço na praia

- Lembras-te, Luca, de quando o Sorna foi à praia a primeira vez?
- Oh, se me lembro! Aquilo nunca foi muito bom da cabeça. Desata-me a correr para a água, as orelhas quase lhe ficavam agarradas à trela, o dono grande quase cai, teve de o largar, e tchussss!, dentro das ondas! E o que é que aquela bestinha faz, em vez de se pôr a nadar? Bebe! Bebe-me a água salgada!
- O que nos rimos, lembras-te? O dono, cada vez que o conta, chora de rir.
- Claro que a água lhe deu a volta às entranhas, pois. Foi uma limpeza!
- Foi, mas o pior era aquele pêlo todo a sacudir-se: o dono a fugir dele, ele a fugir atrás do dono e a achar graça à corrida, encantado, a pensar que era um jogo tão lindo. E, quando parava a rir de perder o fôlego, o dono apanhava o banho da sacudidela.
- Se eu faço uma coisa dessas... E olha que os meus caracóis ficam muito bem a brilhar ao sol, Reboliço.
- Já sei, já sei. Há praias onde não deixam entrar os cães, sabias, Luca?
- São as praias com muita gente. Mas a essas, olha: vai e não me chames para ir contigo. A uma destas do Simba é que eu ia, oh se ia.