domingo, 16 de setembro de 2012

Farejar

O Reboliço caminha pela cidade grande, patinha atrás de patinha sobre as pedras de uma calçada inconstante e cínica. Quer olhar para cima e ver o céu, quer olhar para baixo e ver os desenhos que fazem as mais escuras sobre as pedras mais claras - mas prende-o menos o que vê do que aquilo que fareja. Nas manhãs dos dias inúteis quase ninguém anda pelas ruas, os cheiros são muitos e ficam nítidos. Antes do peixe na brasa, há o chão acabado de encerar, forte, alaranjado e luzidio, incensos e fruta ao sol.