domingo, 11 de agosto de 2013

Moinhos na poesia (48)

"O cavaleiro e os moinhos"

Acreditar
Há existência dourada do sol
mesmo que em plena boca
nos bata o açoite contínuo da noite.

Arrebentar
a corrente que envolve o amanhã,
despertar as espadas,
varrer as esfinges das encruzilhadas.

Todo esse tempo
foi igual a dormir num navio:
sem fazer movimento,
mas tecendo o fio da água e do vento.

Eu, baderneiro,
me tornei cavaleiro,
malandramente,
pelos caminhos.

Meu companheiro
'tá armado até os dentes:
já não há mais moinhos
como os de antigamente.
(João Bosco. Escrito e cantado. Obrigada, Aninha.)