quinta-feira, 22 de maio de 2014

Décimas (um verso por cada dia de silêncio)

Sôbolo chão da rua que vai
pela cidade, me achei,
onde sentado chorei
as lembranças do meu mar,
de quanto nele me alegra.
O seco rio de meus olhos
correndo silente, vago,
deu tudo bem comparado:
o meu mar ao mal presente,
Lisboa ao tempo passado.


(Post editado, com versos do Cão do Vizinho António:

"Anda bem o Reboliço,
Nas décimas que aqui compõe;
   Que nisto de estar enfermiço,
Em Lisboa o mal o põe,
Lá agora o é achado;
E em mar, no tempo passado...")