quarta-feira, 25 de novembro de 2015

Moinhos na Poesia (76)

Romance Alentejano

I

Talham os moinhos
A sua farinha coleante
Irrequietos sulcam os heróis
Searas usurpadas
Passeando o sólido hálito
Pelas veredas lunares dos olivais.

Uma metalurgia de gestos
Dilui os seus perfis de jade
Pressinto-lhes na voz
A sabedoria imolada
Carótida que o bárbaro dedo esmaga.

(Carlos Eurico da Costa, enviado por divina, amiga mão.)