O Reboliço ouve um zumbido, mosca, mosquito?, lá abre um olho, nada de ver. Fecha outra vez os dois olhos, suspira fundo e, nisso, ergue-se-lhe e desce-lhe o peito, o focinho sobre as patas. Quer continuar a dormir, mas o zumbido cresce, fica um ruído mecânico: não é insecto. Levanta uma orelha, depois a outra, abre os dois olhos no segundo em que o focinho aponta para o céu, e vê como uma estranha libélula grande. "Um drone," recorda. Desce o focinho, as orelhas, cerra os olhos, franze o cenho e tenta readormecer.
Lá em cima, as patas e o corpo do boneco movimentam-se pelo ar. No chão, alguém que o comanda estuda os terrenos e vai carregando num botão: clic, clic, clic.
(Foto do Moinho Grande, do quadrado de implantação, terreno em volta, árvores, poço e outras construções: João Pereira, para o grupo As Paredes de Beja também têm Sentimentos. Obrigada pela autorização.)