domingo, 24 de setembro de 2017

"Soneto Dezoito"

Comparar-te ao verão? Nessa não caio:
És mais amante, e muito mais constante.
O vento balança os botões em Maio,
E o calor se evapora num instante.
O olho do céu que brilha lá em cima
Às vezes perde a sua cor dourada,
E tudo o que é firme um dia declina;
A natureza às vezes muda a estrada.
Mas o teu verão eterno, que dure
E que nunca outono vinque o teu rosto.
À Morte só direi que não se apure,
Que o que neste verso está disposto
Há de durar como o que vê, e respira,
Pois por ti vive o que à vida se atira.
[William]Shakespeare/Adalberto[Müller]
Da página de FB de AM, em 23/09/2017