O Reboliço passa semáforo atrás de semáforo, a percorrer a avenida longa. A meio, os olhinhos distraem-se-lhe com as duas árvores altas decoradas de lâmpadas coloridas. Sem mesmo querer, sorri muito e, por segundos, não está na estrada. Nem pensa que as luzes gastam muita energia; nem pensa que são prenúncio e engodo de todos os impulsos consumistas. Não quer saber. Ali, quando passa, sente-se muito feliz com as luzes coloridas. Sente que gosta da avenida, que é bom estar naquele lugar e que quereria muitos olhos, como os seus, não mais do que a olhar para aquelas luzes.