quinta-feira, 24 de novembro de 2005

Sempre

Conheço cada vez mais pessoas que me alertam quando uso a palavra "sempre". Dizem-me coisas como "eh pá, eu cá não me arrisco a dizer isso, um gajo sabe lá o que está p'ra vir!" Às vezes ainda ponho um ar humilde, de condescendência. Chego a dizer, em dias de maior hipocrisia, "pois é, tem razão". Na maioria das vezes, porém, faço como a Luca: a cabeça, atiro-a um nadinha para trás, só o suficiente para abrir mais os olhos; inclino o pescoço para um dos lados, de maneira a deixar a orelha desse lado mais pendida e, mentalmente, pergunto-me: "como é possível recusar uma palavra destas? Pensará que se livra da eternidade por não lhe chamar o nome?"