Faz uma semana hoje, voz amiga (que quer continuar anónima) fez chegar ao Reboliço estas achegas ao entendimento do mais profundo da alma alentejana:
"A fálica torre de menagem [de Beja] funciona bem em relação ao resto do país, pois, como notou um amigo meu, este não possui, à semelhança de Nova Iorque (Estátua da Liberdade), França (Torre Eiffel) e Inglaterra (Big Ben) um símbolo que o identifique de imediato. Mas há um senão: o pacence não pode afastar-se muito e deixar de ver a torre, que logo o invade uma grande saudade, o desejo intenso de voltar; isso está bem patente nas modas, em que, só por passar o Tejo, já cantam 'chora por mim que eu choro por ti, já deixei o Alentejo' e outras coisas do género. O Eduardo Lourenço deveria escrever outro Labirinto da Saudade somente para esclarecer isto."
Um dia depois, em catadupa de questionação filosófica, acrescentou que "os alentejanos procuram nos outros a figura do pai e fazem-no de uma maneira incoscientemente maternal, que consiste em encostarem-se uns aos outros, balancearem-se em conjunto, cantando umas canções arrastadas, que são as canções de embalar que lhes faltaram na infância. Depois, porque, desconhecendo eu por onde esteve Descartes, mas supondo que, se esteve em Espanha foi o
mais próximo daqui, então como explicar este outro atavismo que é o constante anti-cartesianismo [dos alentejanos], no constante dizer, mesmo quando estão em maus lençois, 'Não tem dúvida'? [...] Quanto à questão da linguagem, os sucessores de Lacan teriam muito material com o estudo das mulheres que falavam com as galinhas, e aqui temos mais questões: não só está provado que elas falam mais e eles menos [...], mas porquê as galinhas? Haverá alguma identificação com o outro feminino?Porque me parece que o galo é tratado de maneira diferente, para pior... E a forma do pão?Não criarão, subconscientemente, a forma arredondada como substituto/projecção do seio? E o que dizer da popia?"
O resto do dia - qual!, o resto da vida! - o Reboliço andou intrigado com a questão derradeira. O que dizer da popia?...
"A fálica torre de menagem [de Beja] funciona bem em relação ao resto do país, pois, como notou um amigo meu, este não possui, à semelhança de Nova Iorque (Estátua da Liberdade), França (Torre Eiffel) e Inglaterra (Big Ben) um símbolo que o identifique de imediato. Mas há um senão: o pacence não pode afastar-se muito e deixar de ver a torre, que logo o invade uma grande saudade, o desejo intenso de voltar; isso está bem patente nas modas, em que, só por passar o Tejo, já cantam 'chora por mim que eu choro por ti, já deixei o Alentejo' e outras coisas do género. O Eduardo Lourenço deveria escrever outro Labirinto da Saudade somente para esclarecer isto."
Um dia depois, em catadupa de questionação filosófica, acrescentou que "os alentejanos procuram nos outros a figura do pai e fazem-no de uma maneira incoscientemente maternal, que consiste em encostarem-se uns aos outros, balancearem-se em conjunto, cantando umas canções arrastadas, que são as canções de embalar que lhes faltaram na infância. Depois, porque, desconhecendo eu por onde esteve Descartes, mas supondo que, se esteve em Espanha foi o
mais próximo daqui, então como explicar este outro atavismo que é o constante anti-cartesianismo [dos alentejanos], no constante dizer, mesmo quando estão em maus lençois, 'Não tem dúvida'? [...] Quanto à questão da linguagem, os sucessores de Lacan teriam muito material com o estudo das mulheres que falavam com as galinhas, e aqui temos mais questões: não só está provado que elas falam mais e eles menos [...], mas porquê as galinhas? Haverá alguma identificação com o outro feminino?Porque me parece que o galo é tratado de maneira diferente, para pior... E a forma do pão?Não criarão, subconscientemente, a forma arredondada como substituto/projecção do seio? E o que dizer da popia?"
O resto do dia - qual!, o resto da vida! - o Reboliço andou intrigado com a questão derradeira. O que dizer da popia?...