Ali está ela, a posar para um telemóvel. A mim, nem quero que me liguem nenhuma. Deixo-me ficar atrás da porta velha, ao fresco da pedra carcomida da cantaria. Se me apetecesse, daria os cinco ou seis passos daqui até ao rio e nadaria, como fazem aqueles dois, tolos, atrás de um pedaço de pau, a chapinhar e a assustar os cardumes que se refugiam nas zonas de sombra. Não, não vou. Fico aqui à fresquinha. Sim, aquilo parece divertido. Enfim... Não posso ter tudo. Até entendo que não me fotografem a mim - talvez nem me vejam, fundido nesta madeira e nesta pedra.
(Foto: Isa)