Misturam-se duas chávenas de farinha (com fermento, e há quem use uma porção de Cérelac, mas não experimentei essa inovação) com duas chávenas de açúcar (usei açúcar escuro - faz mais grumos, mas prefiro-lhe o sabor ao branco) numa tigela grande. À parte, de preferência num liquidificador, passam-se três cenouras médias, boas, com quatro ovos e uma chávena de óleo vegetal (tudo à temperatura ambiente, dá melhor resultado). Quando esta mistela estiver bem líquida, junta-se na tigela ao pó de açúcar e farinha. Não se bate o preparado, mas envolve-se, com uma colher de pau, mexendo devagar desde o fundo da tigela até acima. Quando estiver bem homogéneo, deita-se numa forma para ir ao forno. Da primeira vez, com a Rosa a comandar, usámos uma daquelas formas de buraco no meio. Desta vez utilizei um tabuleiro de alumínio. Resultou bem das duas vezes. O importante é que esteja a forma muito bem untada de margarina. Coze no forno, para onde entra com ele já quente, durante uma meia hora a temperatura média. Nada de abrir o forno a meio da cozedura. Normalmente, depois de começar a cheirar, aguenta mais dez minutos. Também é importante verificar que não haja nenhuma corrente de ar ou janela aberta na cozinha, que possa arrefecer de repente o bolo ao sair do forno. Se ao fim da meia hora ainda estiver pouco seco (use-se o palito para avaliar se já estará cozido), dê-se-lhe mais uns dez minutitos, controlados para não queimar.
A Rosa ensinou-me a cobertura de calda de maracujá (que ontem não usei, foi singelo), que fiz com polpa de maracujá congelada, batida no liquidificador e acrescentada de açúcar a gosto, misturado ao lume com a calda e um pouco de água, conforme se quiser mais ou menos espessa. Quando o bolo sair do forno já a calda deve estar pronta, para se lhe espalhar por cima e entranhar, depois de se lhe fazer furinhos com um palito. Hum... além do truque de mexer o preparado com muito carinho, de se agasalhar bem a cozinha e de não abrir a porta do forno enquanto o bicho dorme e cresce, a outra condição para isto sair bem é que não pode haver vozes altas na cozinha. Só risos. A comer podem ser mais alarves.(Foto: Reboliço, um segundo antes de abocanhar os dois pedaços de bolo e desfazer em pasta de papel o livro do Mano, desconsoladíssimo por não lhe saber a nada.)