terça-feira, 16 de setembro de 2008

Babar, o ruim

A New Yorker desta semana traz um artigo sobre o elefante Babar. Em causa está uma controvérsia acerca do suposto teor colonialista do desenho de Jean de Brunhoff, agora desmascarado para que nenhuma criança ou família possa cair na armadilha politicamente incorrecta do elefante mau. O Reboliço, que também é animal de ficção, não consegue decidir o que lhe causa mais estranheza: se a intenção "correcta" da polémica, se o tom irónico e moralmente superior do artigo, que denuncia a denúncia ("The de Brunhoffs’ saga is not an unconscious expression of the French colonial imagination; it is a self-conscious comedy about the French colonial imagination and its close relation to the French domestic imagination.") , se a vertigem inculpatória deste mundo em que o sentido, sim, e por incrível que pareça, impera sobre a materialidade dos sentidos ("One can forget, reading the critics, that the books are, first and last, meant to be funny, and that Babar is an elephant who talks and walks").