Nunca tinha visto The Life and Death of Colonel Blimp (que em português se ficou pela vida, talvez por não se ver no filme, de facto, a morte do Coronel) até anteontem. A personagem do Coronel Blimp surgira na década de 1930, em desenhos de David Low para o Evening Standard, mas o modo como Powell e Pressburger o inventaram e lhe deram mesmo um nome novo (Candy, of all names, mas sem poder ser outro) torna-o numa outra coisa. Foi o filme justo para esta quadra: uma obra feita em 1943 e, apesar disso - ou por causa disso mesmo - muito bem humorada sobre justiça, sobre o que acontece quando alguém amadurece sem perder o rumo do que traçou ainda antes da idade adulta, sobre a bondade, a grande coisa que é ter um amigo e a maior ainda que é ser amigo de alguém. Foi até hoje, se não me engano, o único filme que vi com a imagem dos genéricos iniciais bordada a ponto de cruz.