O Reboliço acorda quando percebe que o sol se decidiu sair das nuvens. Começa a espreguiçar-se, primeiro o focinho para diante, o cachaço, o lombo, os quadris, as patas de trás, uma de cada vez. Depois coça atrás das orelhas (soa a esquilinha, nervosa), abana a cabeça e esgravata o chão com as patas dianteiras. Ergue o focinho e fareja o ar. Mais um dia para cumprir a "liturgia não teológica do mundo," para o que é preciso ter tempo, muita folga para pensar, e que dá numa visão mais límpida da complexidade e dos contornos das coisas.