Your charm so strongly works 'em
That if you now beheld them, your affections
Would become tender.
.....PROSPERO
Dost thou think so, spirit?
.....ARIEL
Mine would, sir, were I human.
.....PROSPERO
And mine shall.
Hast thou, which art but air, a touch, a feeling
Of their afflictions, and shall not myself,
One of their kind, that relish all as sharply,
Passion as they, be kindlier moved than thou art?
Though with their high wrongs I am struck to the quick,
Yet with my nobler reason 'gainst my fury
Do I take part: the rarer action is
In virtue than in vengeance: they being penitent,
The sole drift of my purpose doth extend
Not a frown further. Go release them, Ariel:
My charms I'll break, their senses I'll restore,
And they shall be themselves.
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.....ARIEL
O teu feitiço tão bem os trabalha
que se agora os visses, as tuas afeições
se enterneceriam.
.....PRÓSPERO
Assim pensas, espírito?
.....ARIEL
As minhas sim, senhor, fora eu humano.
.....PRÓSPERO
E as minhas também.
Tens tu, que és só ar, um mover, um sentir
Das suas aflições, e não hei-de eu
Um dos deles, que anseio com o mesmo ardor,
Sofro como eles, me emocionar mais do que tu?
Ainda que de seus altos danos seja vivamente ferido,
Ainda assim, com minha mais nobre razão contra minha fúria
Tomo parte: há mais rara acção
Na virtude que na vingança: sendo eles penitentes
O móbil só do meu propósito não se alonga
Nem mais um esgar. Vai libertá-los, Ariel:
Quebrarei os meus feitiços, os sentidos lhes restituirei.
E eles tornarão a si.
(No fim da última peça de Shakespeare, Próspero tira dos ombros o manto dos seus poderes e, com humildade, pede o aplauso que o libertará. Recorda, perdoa e sai de cena.)