quinta-feira, 31 de maio de 2012

Moinhos na poesia (38)

Na frente do cortejo
O meu beijo -
Muito forte como o aço,
Meu abraço:
São poços de petróleo,
A luz negra dos seus olhos.

Lágrimas negras caem, saem, doem
por entre flores e estrelas.

Você usa uma delas como brinco
Pendurada na orelha:
É o astronauta da saudade
Com boca toda vermelha.

Lágrimas negras caem, saem, Doem.
São como pedras de moinho
Que moem, roem, moem.

E você baby vai, vem, vai.
E você baby vem, vai, vem.

Belezas são coisas acesas por dentro;
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento.

Belezas são coisas acesas por dentro;
Tristezas são belezas apagadas pelo sofrimento.

Lágrimas negras caem, saem, doem.
("Lágrimas negras", Jorge Mautner e Nelson Jacobina, 1988.)