quarta-feira, 20 de junho de 2012

Comprar livros

(Insta-foto: Reboliço, gardening.)
O Reboliço nunca se teve por muito tímido. Discreto, um pouco tanto, mas isso e mais nada de peculiar. Ainda assim, não lhe custa perceber porque pende para o sossego das livrarias online, quando toca a comprar livros. São lugares que não são lugares, que vão sendo seus um bocadinho sem ter de se preocupar em entrar distraído e sair calado. Mas não chegam, isso não, às livrarias livrarias que são lugares lugares, mas assim de tão secretas que é como se só ele existisse quando folheia, em gozo êxtase, os livros, e não tem que estar com bons dias mais longos, porque os livreiros estão lá se sim, mas se não também não. Por isso sente saudades da Poesia Incompleta e se lhe dobra o estômago de cada vez que passa na Cecílio de Sousa. Por isso está tão feliz pela Paralelo W, que o leva, ainda por cima, aos barulhos de uma rua divertida e aos silêncios das estantes a encher. Por isso gosta de saber que, de todas as muitas que fecharam em Palo Alto, e eram algumas, continua aberta a Bell's Books, de corredores intermináveis e pequeninos ao mesmo tempo, careless e cuidadosa, como a dizer que noutras cidades de sangria livresca há sempre uma Bell's Books numa esquina qualquer.  Por isso não se aborrece com o desastre do capitalismo que leva um livreiro a fechar-se em casa. Aberto.