sábado, 29 de março de 2014

Nove anos, nove

Fez nove anos agora que se escreveu a primeira destas cartas. Por estes dias, o Reboliço anda a dormir mais do que é costume - as mais das vezes, para se esquecer da chuva. Se fareja o ar, fareja a terra, medita e quer fixar uma frase ou uma memória, vem num instante um atropelo que o sossega e não dá fim do que no pensamento começara. Já se viu, com isso, arreliado. Mas ladra a caravana das frases perdidas e o Reboliço, despreocupado, há nove anos que passa.